Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações, sob enfoque de Saúde Pública é o objetivo principal deste Blog, o qual é produzido no LabConsS da FF/UFRJ, com participação de alunos da disciplina “Química Bromatológica” e com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

Recomenda-se que as postagens sejam lidas junto com os comentários a elas anexados pois, de um lado, são produzidas por estudantes em circunstâncias de treinamento e capacitação para atuação em Assuntos Regulatórios e, de outro lado, são temas que envolvem poderosas influências de marketing, com alegações nem sempre cientificamente comprovadas. Esses equívocos, imprecisões e desvios ficam evidenciados nos comentários em anexo.

Além dos trabalhos dos alunos de Química Bromatológica e das pesquisas dos bolsistas do Grupo PET, o Blog também apresenta reportagens e notícias selecionadas, a legislação pertinente bem como artigos técnicos e informações diversas sobre o tema.

sábado, 21 de janeiro de 2012

O PONTO DE MUTAÇÃO



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3 comentários:

Luiz Ferraz (Leo) disse...

“Esse texto é dirigido a todos que têm sede de saber; eu mesmo seria um felizardo se o pudesse ter lido a umas dezenas de anos atrás. Durante algum tempo, na fase pré-universitária, prendi-me à Física de Newton, a qual absorvia com requintado sabor. Era o conhecimento exigido nos vestibulares e, os demais novos tópicos da Física, eram apenas leituras não obrigatórias. Einstein era pouco mais que um estranho e da simplória leitura de que dispunha, deixava a mente esvoaçar pelo imaginário e desconhecido. Incrível! Quantas falsas analogias eu não criei nesse miúdo cérebro em formação!
(cont.)

Luiz Ferraz (Leo) disse...


Hoje, lendo e ouvindo, vejo que a ‘coisa’ não mudou muito! Esotéricos, místicos e mesmo muitos jovens estudantes, 'vira e mexe' ainda tentam argumentar suas enevoadas idéias, citando trechos esparsos da teoria da relatividade, personalidades do mundo da ciência (e Einstein não escapa com seu famoso: “Deus não joga dados”) e, principalmente, ‘coisas’ da mecânica quântica. Era assim mesmo que eu o fazia quando estava apenas apoiando-me em simplórias leituras.
Realmente, insisto, a ‘coisa’ não mudou muito, mas hoje consigo ver de onde surgiram tais falhos argumentos postos para reforçar suas 'emanações e influências do amarelo', energias cósmicas e coisas do gênero. São, ainda, as simplórias leituras que pululam pelas prateleiras de livrarias e bancas de jornais, as causas de tais devaneios. Até os Espíritas, Maçons e Rosacruzes começaram a se referir á 'quântica' em suas profundas incursões, no intuito de associar suas ilusões humanas sobre seres transcendentais com o assentado 'status' da Ciência e da Tecnologia.
Se bem recordo, essa nova 'onda', ou coqueluche, começou com o lançamento do livro "O Tao da Física", de Fritjof Capra, cuja visão mística da Física, acrescida de seus argumentos forçados, deturparam sobremaneira a conceituação científica dos fatos.
(cont.)

Luiz Ferraz (Leo) disse...

Ainda hoje, ao afirmarmos que Física Quântica nada tem a ver com misticismo, sempre aparecerá um deles a dizer: "Ah, mas Capra é físico e diz que tem sim". Ser Físico é algo mais do que falar sobre física, e com certeza absoluta, quem diz isso, não leu nada desse autor em algum periódico científico de respeito, uma vez que suas teorias não são científicas (experimentais, falseáveis, empíricas etc.). Isso me lembra alguém querendo defender a "Teoria da Terra Oca". Não é porque que alguém é geólogo e defende a “Teoria da Terra Oca” que isso signifique que a Terra seja realmente oca ou o que tal pessoa diga sobre geologia deva ser verdadeiro. O inverso é também verdadeiro, não é porque alguém publica um trabalho sério no meio científico que tudo aquilo que ele diz ou pensa, dali para frente, passa a ser verdade. Todos são livres de ter as idéias que quiserem, mas só terão validade quando forem cientificamente testadas. E até hoje, nenhuma das idéias posta por algum místico foi cientificamente comprovada e, muito menos, usada em qualquer aplicação prática para a sociedade.
Então, não é porque Capra é físico que tudo que ele diz sobre Física é respaldado na verdade científica. Na Ciência não cabe a ‘palavra da autoridade’. Se fosse assim, médicos nunca errariam, prédios jamais cairiam porque os engenheiros deveriam fazer tudo perfeito etc.
Decididamente as idéias postas por CAPRA constituem o eixo dessa atual visão mística. Depois de "O TAO DA FÍSICA" ele ainda escreveu "PONTO DE MUTAÇÃO", um outro livro onde a Física Quântica (FQ) é a "explicação para os eventos sobrenaturais" etc. São livros baseados em crendices e sem aprovação alguma daqueles que seriamente se dedicam à Física.
Apreciaria lançar um desafio para que tais místicos lessem um livro inteiro sobre o que vem a ser uma abordagem científica posta academicamente (e referenciada pela comunidade científica) para que pudessem constatar por si mesmos que nada é baseado em crendices, lá nada há de 'místico'. Pensando bem, faço esse desafio: --- Que tal ler integralmente o livro de Física Quântica (Átomos, Moléculas, Sólidos, Núcleos e Partículas) de Eisberg e Resnick, Editora Campus ?
Eu também não sou nenhum especialista em física quântica, mas muito me agradaria colocar um texto acessível a todos aqueles que querem usar da física quântica para tentar lastrear suas 'falas'. Quem sabe, lendo-o, os argumentos esotéricos melhorem, ou desapareçam por completo, ao notarem as falácias postas como analogias. Mas o texto, como já salientei, não é apenas para místicos, é também para quem quer saber um pouco mais sobre física quântica e, com isso, poder dialogar com maior riqueza de argumentos com as pessoas que acreditam em tudo que lêem em livros, tais como os de Capra.
Em fim, proponho que este texto seja uma ‘dilatação de idéias’, uma leitura inicial nos acordes de uma divulgação científica, com o propósito de expor alguns esclarecimentos que ajudem a "desmistificar a Física Quântica", e a incentivar seu estudo mais profundo para aqueles que viam nela algo estranho o suficiente para parecer místico.
Não é nada simples dividir essa divulgação em partes significativas, quer histórica ou factual. No geral é um confronto de modelos, que nada mais é, que “o modo como a ciência avança”. Os modelos que aqui se defrontam carregam, cada um, sua postura básica, um - o clássico - assenta-se em “partículas”, ou outro - o quântico - em “ondas” e, não por isso, se digladiam; essas diferenças de bases estruturais não é o cerne do confronto. Cada modelo, no seu campo de aplicação, tem coerência; em particular, cada um trata da ‘energia’ a seu próprio modo --- e é ai que se desentendem! No modelo clássico a energia é contínua, qualquer valor é possível, na quântica não. Chegar ao consenso, se possível, é o que justificará o modo como dividimos os tópicos aqui apresentados.”
(cont.)